Objetivo:
Perceber a importância da comunicação para o bom relacionamento e refletir
sobre a maneira de se comunicar.
Grupo A - A comunicação agressiva, desrespeitosa, ineficaz,
de dizer ou pedir algo
- Gestor (a) – (entra, com um ar grave, senta-se, arruma alguma
coisa na mesa) e chama: Silvia! (em voz alta) - Sílvia – Sim, o
que o senhor (a) deseja? (entra apressada, com ar de expectativa) - Gestor (a) - Silvia, você é muito desorganizada, deixa tudo
fora do lugar! Até preciso designar alguém para me representar numa reunião, mas
seria um desastre enviar você. Chame
Flávia ali pra mim. (Sílvia sai com um semblante triste e entra Flávia)
- - Flávia - Me chamou, chefe?
-Gestor(a)- Flávia tenho uma missão pra você no próximo sábado.
- Flávia
- Pela manhã ou pela tarde? - Gestor (a) - Lá vem você com questionamento. Isso é uma ordem e
pronto. Você é minha empregada e a empresa precisa de você, seja lá que hora
for!
- Flávia
- Tudo bem chefe. Eu só perguntei porque tenho que encontrar alguém para ficar
com as crianças porque meu esposo está viajando.
-
Gestor (a) - Ah! Está bem. Pode se retirar. Vou ter que me virar sozinho
mesmo. Tenho um bando de incompetentes e indisponíveis do meu lado. (Flávia sai
cabisbaixa e logo após sai o gestor).
Grupo B - A comunicação adequada, eficaz, respeitosa de dizer ou pedir
algo
- Gestor (a) – (entra, com um ar tranquilo, senta-se, arruma
alguma coisa na mesa) e chama: Silvia, venha aqui, por favor!
-
Silvia – Sim, o que o senhor (a) deseja? (entra apressada, com ar de
expectativa)
- Gestor (a)
- Sílvia, você é muito trabalhadora, mas tem que se organizar melhor no
trabalho. Você acha que conseguiria me representar numa reunião externa em que
não poderei ir?
-
Sílvia - Sabe chefe, agradeço sua confiança e prometo que vou me
organizar para corresponder numa próxima oportunidade. Sugiro que fale com
Flávia. Certamente ela poderá contribuir.
- Gestor (a) - Pode chama-la então, por favor? (Sílvia sai e entra Flávia com ar de
expectativa)
- Flavia - Me chamou chefe?
- Gestor (a) - Flávia, temos uma
reunião externa no próximo sábado e não poderei ir. Será que você tem
condições de nos prestar essa contribuição?
-
Flávia - Certamente chefe. Será pela manhã ou à tarde?
- Gestor
(a) - Será pela tarde. Algum empecilho particular que eu possa ajudar a
resolver?
- Flávia - Meu esposo está viajando e terei que deixar as
crianças com a mamãe.
- Gestor (a) - Não se preocupe. Eu designarei um motorista para
lhe ajudar nessa tarefa. Desde já agradeço sua disponibilidade Flávia. (Flávia
sai e logo após sai o gestor (a)).
Discussão após a encenação da equipe:
·
Após a encenação foi pedida a participação da
turma sobre o que perceberam na encenação sobre comunicação, buscando com isso
contribuição para a compreensão da temática.
Nesse momento, vários colegas falaram, trazendo como eles
percebem a comunicação, tanto como um instrumento valioso para o fortalecimento
das relações, quer sejam sociais ou profissionais, como o lado negativo dela, ou
seja, a forma confusa ou agressiva em que ela pode ocorrer, impedindo que
vínculos sejam estabelecidos e consequentemente afetando o desenvolvimento do
indivíduo e das organizações. Alguns participaram falando de sua própria
vivência em seu ambiente de trabalho, tanto mostrando-se satisfeitos com o tipo
de tratamento que recebem, quanto indignados com situações constrangedoras e
desestimuladoras.
·
No fechamento da discussão reforçamos a
importância da comunicação, devendo esta ser clara, objetiva, levando sempre em
consideração o outro.
Ou seja, ao emissor, não basta só se fazer entendido.
Nesse sentido, fizemos o comentário sobre a primeira parte
da peça teatral – Comunicação agressiva, dizendo que as duas funcionárias
entenderam o que a gestora disse sobre uma ser desorganizada e a outra, questionadora
– houve objetividade, mas se tratou de uma comunicação não produtiva.
Quanto à segunda parte da peça teatral – Comunicação
assertiva, a realidade da funcionária foi observada pela gestora quando esta
disse: “Você precisa se organizar melhor”, porém, com o cuidado de trazer
anteriormente um incentivo, quando a gestora disse: “Você é trabalhadora”.
Ou seja, observamos
que é possível falar ao outro o que observamos, sem culpa-lo, humilhá-lo ou
coagi-lo, e isso não apenas no ambiente de trabalho, mas em todas as relações
que temos.
·
Discutimos também sobre a maneira como recebemos
e entendemos o que nos é comunicado, e observamos que muitas vezes questões
nossas, como baixa autoestima, crenças que temos, defesas que usamos,
interferem negativamente naquilo que nos é comunicado. Citamos como exemplo a
fala da segunda parte da peça teatral, quando a gestora diz à funcionária que
ela é muito trabalhadora, mas precisa se organizar mais. Observamos que algumas
pessoas focarão no lado positivo, recebem o elogio e percebem que precisam se
organizar mais, sentindo-se estimuladas para isso. Já outras, por causa das
suas próprias dificuldades, só conseguem focar no que ouviram que segundo elas,
é negativo, como: a chefe me chamou de desorganizada.
·
Concluímos essa discussão fazendo a reflexão
sobre o nosso papel como psicólogos nas organizações ou mesmo fora delas,
considerando que o tempo todo estaremos lidando com situações ligadas à
comunicação ou à falta dela, e que precisamos estar preparados para intervir por
uma comunicação assertiva, conscientizando gestores e empregados da importância
da mesma tanto para as relações, quanto para o crescimento de ambas as partes.
Todos ganham com isso. A pergunta que deixamos para reflexão foi: Enquanto
psicólogos, como faremos intervenções por uma comunicação assertiva, se não
sabemos lidar com essa questão no nosso dia a dia, seja em nossas casas, e em
outros relacionamentos que temos?